sexta-feira, novembro 30, 2007

Quando ressoaram os primeiros acordes meu coração se acelerou todinho dentro do peito como quem quer voar.
Quanta beleza saía daquelas cordas esticadinhas, os dois homens no palco, meros desconhecidos, atrevidos tocavam meu coração como se fosse ele próprio seu violão. Eu quis ter voz, eu quis ter letra eu quis cantar, como quem entoa um amor escondido na alma, meu peito arfante devorava cada nota como água fresca.
Os homens no palco não esboçavam sorriso, eram sóbrios, sagrados cavaleiros deslizando os dedos pelos instrumentos, armas contra a vontade, armas contra a dor. Tocavam com os olhos fechados, com a segurança de quem jamais fez outra coisa na vida, senão derreter corações em Sol, lá, si e dó.

2 comentários:

descolonizado disse...

lindo.!

sofia disse...

música é unanimidade. explícito ou implícito, sempre tem com o que se identificar.

eu queria ter voz. mas acho que queria mesmo era ter letra.